Neymar e família são o maior obstáculo a Jorge Jesus na seleção do Brasil

Confederação Brasileira de Futebol hesita e ainda não desistiu de Ancelotti. Abel é hipótese improvável

SÃO PAULO — A 13 meses de começar o Mundial de 2026, nos Estados Unidos, Canadá e México, e a um mês e dois dias do compromisso no Equador de apuramento para a prova, o Brasil ainda não tem treinador. A CBF, sob a presidência de Ednaldo Rodrigues, hesita entre o italiano Carlo Ancelotti, opção que ainda não caiu definitivamente, e os portugueses Jorge Jesus e Abel Ferreira. Todas as soluções têm argumentos a favor. E alguns contras.

Ancelotti tem como principal credencial, além do currículo incomparável, ser o sonho, já antigo, de Ednaldo. Porém, como foi noticiado, o Real Madrid colocou-se entre Carletto e a CBF quando as partes já teriam acertado salários, tempo de contrato e se preparavam para apertar as mãos. Ancelotti tem vínculo até 2026 e o Mundial de Clubes para ganhar — e salvar a época. Mas, garante a imprensa brasileira, ainda não é visto como caso perdido, sobretudo se o Real voltar a fracassar num clássico com o Barcelona (jogam dia 11, em duelo decisivo para a La Liga). De resto, já este sábado, o Diario As reforça que a CBF não desistiu e espera que o título fique 'perdido' para assinar com o italiano logo no dia seguinte, 12 de maio.

Um acordo com Jorge Jesus seria muito mais fácil de obter: o treinador português já saiu oficialmente do Al Hilal (a rescisão foi formalizada na noite de sexta-feira), tem vontade de abraçar o projeto canarinho, e é apoiado por largos setores da crítica do país por ter deixado excelente impressão na condução do Flamengo, em 2019 e 2020, e por ser profundo conhecedor do futebol brasileiro e da situação da maioria dos atletas selecionáveis. Incluindo a de Neymar, de quem disse não ter condições para aguentar as exigências do campeonato da Arábia Saudita.

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Essas declarações — que as lesões consecutivas do jogador de 33 anos, agora no Santos, até vêm confirmando — desagradaram a Neymar e seu staff, incluindo o pai, que aconselhou à CBF os nomes dos empresários que quase fecharam o acordo com Ancelotti, em Londres, na semana passada. Ser tratado como plano B e colocado em modo de espera não tem, por outro lado, agradado ao próprio JJ.

Entretanto, o nome de Abel Ferreira surgiu com força nas últimas horas, apesar de a ESPN, entre outros veículos, o colocarem como carta, se não fora do baralho, muito atrás das outras duas. No canal SporTV, inclusivamente, jornalistas da casa e o ex-internacional Junior mencionaram como senão o perfil «demasiado agressivo» do português para um cargo que funciona «quase como embaixador» do futebol brasileiro no mundo.

Além disso, Abel é ídolo absoluto no Palmeiras, tem contrato até 2027 e a presidente Leila Pereira sabe que deixá-lo sair abalaria muito a relação dela com a torcida alviverde. «Já estragaram o meu feriado», tornou-se reação viral entre adeptos do clube na internet logo após a hipótese ser falada. O treinador, por sua vez, não fecha portas. «Gosto muito do lema da bandeira do Brasil, que fala em ordem e progresso», reagiu…

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