Talento dentro e fora dos relvados
Futebol#NãoPára é o espaço de opinião quinzenal de Vasco Pinho, Diretor da Federação Portuguesa de Futebol
O Futebol Português tem vivido, nas últimas semanas, um bom momento, dentro e fora dos relvados. Depois das conquistas do Europeu de sub-17 e da Liga das Nações, a atividade das Seleções Nacionais não parou.
Na Polónia, a participação das sub-19 no Europeu tem sido histórica. O apuramento é ainda mais significativo, pois resultou na qualificação para o Mundial feminino de sub-20, em 2026. Amanhã, com a França, Portugal vai com toda a ambição para chegar à final.
Este apuramento e presença no primeiro Mundial de sub-20 organizado pela FIFA é fundamental para quebrar ainda mais barreiras. A campanha das nossas sub-19 é resultado de um trabalho continuado das Associações Distritais e Regionais (ADR) e dos Clubes e inspira mais jovens a praticar Futebol. O futuro é delas e está assegurado!
Na Eslováquia, o futebol foi duro com os sub-21. A Seleção Nacional saiu do Europeu de forma inglória, com apenas um golo sofrido em toda a prova. É nos resultados menos bons que se evolui e Portugal continuará forte e a trabalhar para estar em mais fases finais.
As 29 Seleções Nacionais sob a égide da FPF representam um espaço de excelência, cujos resultados e consistência estão visíveis nos resultados e apuramentos. Mas o sucesso das Seleções é o êxito de um modelo coeso, que começa nas ADR e no trabalho dos Clubes, e beneficia das Associações de Classe, verdadeiramente da base até ao topo, com uma série de etapas. Uma delas, fundamental, é o Torneio Lopes da Silva, que se jogará esta semana no distrito de Coimbra.
Uma prova mítica, com as 22 ADR a competirem em sub-14, a última fase antes das Seleções Nacionais. Uma prova que mostra a importância dos coordenadores técnicos regionais e da articulação com a estrutura técnica nacional. Em Mira, depois de amanhã, haverá um encontro entre todas as estruturas.
Mas o talento que não se esgota no campo. Fora, a importância estratégica do Futebol português também é forte. A Federação Portuguesa de Futebol esteve nos Estados Unidos, palco do Mundial de Clubes, onde Portugal tem quatro treinadores e é o quarto país com mais jogadores. À hora que escrevo esta crónica desconhecemos os resultados dos nossos representantes, nomeadamente os dois clubes lusos presentes, FC Porto e Benfica, na última jornada da fase de grupos. Contudo, uma coisa é certa. O Futebol português obteve uma exposição relevante também nesta prova.
A participação terminou com uma reunião privada entre Pedro Proença e Gianni Infantino, presidentes de FPF e FIFA, respetivamente, que serviu para estreitar laços entre as duas entidades, quando se aproxima a organização do Mundial-2030, e que mostra o respeito da FIFA pelo nosso País.
O Talento que exibimos nos relvados é decisivo, mas o sucesso do modelo não se limita ao que se passa dentro de campo. A visão estratégica e o reforço do estatuto de Portugal como nação do Futebol constrói-se fora das quatro linhas. E também se revela fundamental.