31 maio 2025, 20:29
Três jogadores do Benfica equipados à PSG a torcer nas bancadas em Munique (foto)
António Silva, Tomás Araújo e Tiago Gouveia estão a assistir à final da UEFA Champions League entre PSG e Inter
PSG esperou 14 anos pela Champions. Gastou dois mil milhões de euros. Venceu quando mudou a filosofia, percebendo que só o dinheiro não ganha troféus
O dinheiro não ganha nem campeonatos, nem taças, nem títulos europeus. Pode ajudar, claro, mas não é garantia de sucesso. Podemos ter a equipa mais rica que isso nunca será sinónimo absoluto de títulos. Que o diga o PSG, que o diga também o Benfica. E porque surgem parisienses e águias na mesma frase? A resposta é simples e resume-se a um nome: João Neves. Mas já lá vamos.
Catorze anos após ser adquirido pela Qatar Sports Investments (QSI), ao fim de mais de uma década a tentar e depois de investimentos totais superiores a dois mil milhões de euros, o PSG conseguiu, finalmente, conquistar a Champions, o troféu dos troféus no mundo dos clubes.
Esteve perto de alcançá-lo na final de 2019/2020, até agora a única a que o PSG tinha chegado, mas, na hora decisiva, falhou, saíndo derrotado de Lisboa pelo Bayern, por 0-1. Viviam-se tempos de pandemia, vestiam a camisola parisiense Neymar e Mbappé, ainda hoje as duas maiores transferências da história, tendo o PSG pagado 222 milhões de euros pelo primeiros e 180 pelo segundo. Falharam.
Como haviam falhado antes Beckham ou Ibrahimovic, ou como falhariam, depois, Messi e Sergio Ramos, estes contratados a custo zero em 2021/2022, a mesma época em que chegou ao gigante francês Nuno Mendes, por empréstimo do Sporting, que um ano depois recebeu 38 milhões pela transferência do lateral.
E aqui tudo começou a mudar, algo a que não será alheia a chegada de Luís Campos como Conselheiro Desportivo — prolongou a sua ligação recentemente até 2030, também com funções no SC Braga. Com uma filosofia de aposta em jovens com caráter e, sobretudo, sem tiques de vedeta.
Veja-se a já mencionada aquisição de Nuno Mendes, mas também de Gonçalo Ramos, Vitinha (hoje, um dos melhores do Mundo na posição) e... João Neves. Os quatro mosqueteiros lusos que, ontem, subiram aos céus, como campeões europeus.
Ainda há muito dinheiro em Paris, sim, mas, há dois anos, conduzido pelo coração e alma de Luis Enrique, o PSG mudou, livrou-se de estrelas como Mbappé, Neymar e Messi, focou-se na equipa, mais do que nas individualidades, e ganhou.
31 maio 2025, 20:29
António Silva, Tomás Araújo e Tiago Gouveia estão a assistir à final da UEFA Champions League entre PSG e Inter
No outro lado da moeda, o Benfica perdeu um dos mais valiosos jovens dos últimos anos (João Neves) a troco de 60 milhões. Ficou o dinheiro, foi-se o sucesso desportivo. Sendo o clube com melhor saúde financeira em Portugal e que, nos últimos seis anos, combateu contra um Sporting que teve de reconstruir-se pós-invasão de Alcochete e contra um FC Porto sob ameaça do fair play financeiro da UEFA, o Benfica conquistou apenas um título de campeão — os leões venceram três e os dragões dois —, vencendo três troféus nacionais em 20 possíveis! Dá que pensar...