Troféu do Mundial de Clubes
Troféu do Mundial de Clubes
Foto: IMAGO

Mundial de café

OPINIÃO16.06.202507:50

'Para lá da linha' é uma opinião semanal

Comecei a beber café por volta dos 15 anos, para conseguir acompanhar as cerimónias dos Óscares. Fosse no rádio - na altura dava pelo menos na TSF, se não me engano - ou na televisão, ficava desperta até às 5 ou 6 da manhã, à espera de ver quem ganhava, numa altura em que conhecia todos os filmes e as cerimónias tinham várias horas. Ia para a escola cheia de sono e um café de manhã fazia o seu papel, mantendo-me funcional.  

Mais tarde, mais velha, já bebia até em casa, durante a emissão, daquele de cafeteira, e ele continuava a fazer a sua parte, fosse placebo ou não. A verdade, percebi adulta, é que o café não me tira o sono, mas conta muito o prazer de o beber.  

Muitos anos depois, já não vejo os Óscares - caramba, nem sequer já vejo todos os filmes, e mais, se conhecer de ouvir falar, dois ou três, já não é mau. De resto nem bebo café ao jantar, à noite tampouco. 

Mas agora vem o Mundial de Clubes e desafiam uma pessoa a começar a ver uns jogos às 23 horas, outros às 2 da manhã- como o PSG- Botafogo, o Manchester City-Al Ain, o River Plate-Monterrey, ou o Al Hilal-Pachuca. Não sei se vai dar para nós, Mundial de Clubes, nem red carpet tens. 

Suponho que este seja uma espécie de ensaio para o que nos espera no Mundial de 2026, isto se os Estados Unidos ainda forem estados unidos e ainda conversarem com o Canadá e o México - já nem digo serem ainda amigos - dadas as políticas de expansão e estancamento da emigração do presidente americano em relação aos dois vizinhos mais próximos.  

A competição começa ao mesmo tempo que Los Angeles está novamente descontrolada e com protestos em várias cidades do país (San Diego, São Francisco, Filadélfia, Boston e até Dallas) denominados de No Kings (sem rei) a concentrarem mais gente do que a parada militar arranjada em Washington para agradar ao aniversário do líder, mascarada de homenagem aos 250 anos do Exército. Em que até os soldados conseguiram não marchar a compasso. Daqui a um ano tiro um café e logo se verá. 

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