As perdas de Diogo Jota e de André Silva serão irreparáveis
As perdas de Diogo Jota e de André Silva serão irreparáveis (Foto: Imago)

Evolução e interesse comum

OPINIÃO07.07.202508:20

'Futebol#NãoPára' é o espaço de opinião quinzenal de Vasco Pinho, diretor da Federação Portuguesa de Futebol

A temporada 2024/25 terminou, nos últimos dias de junho, com a realização da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol. Desta reunião magna resultaram duas decisões com impacto imediato na FPF e no Futebol Português: a aprovação do Plano de Atividades e Orçamento 2025/26 e as alterações estatutárias.

O Plano de Atividades e Orçamento apresentado aos Delegados representa um documento estruturante para a FPF, um passo decisivo rumo ao futuro, e um início de ciclo promissor na história desta centenária instituição, sempre no respeito dos seus valores fundadores. A criação do novo universo empresarial da FPF deixa a federação preparada para um futuro desafiante, e com papel reforçado na representatividade e inclusão, agora suportada pela Fundação FPF.

A aprovação do documento, por unanimidade e aclamação, demonstra um sinal de confiança plena por parte dos Delegados na estratégia gizada por esta Direção para gerir os destinos da organização.

Sinal ainda maior de responsabilidade foi dado no ponto seguinte, o das alterações estatutárias. Nas semanas que antecederam a reunião magna, a FPF organizou sessões de esclarecimento com os sócios ordinários sobre as mudanças, a maioria impostas pelo IPDJ, quando nos encontramos em processo de renovação do Estatuto de Utilidade Pública Desportiva. Em todos os encontros, a Direção deu conta do profundo desconforto pelas alterações impostas pelo IPDJ que, na nossa opinião, não vão de encontro ao que é desejável, que contou posteriormente com a votação unânime, onde todos os delegados a Assembleia Geral colocaram o interesse comum — os interesses do Futebol português, nomeadamente a manutenção do estatuto de utilidade pública desportiva — numa demonstração de responsabilidade.

Entrámos, oficialmente, numa nova era na FPF. Uma era de modernidade que irá elevar os níveis de excelência. Mas esse caminho ficará sempre facilitado quando temos o privilégio de contar com o compromisso e sentido de responsabilidade dos agentes desportivos. Um exemplo para muitos.

P.S. Hoje as nossas Navegadoras têm um difícil desafio no Campeonato da Europa na Suíça frente à Itália a quem desejo o maior sucesso, mas seja qual for o resultado sabemos que a evolução é certa e o futuro, com gerações como as nossas Sub-19, é garantido.

Nota final — Se há jogador que encarnava o sentimento da base até ao topo era Diogo Jota. Cresceu no Gondomar FC e Paços de Ferreira e dali, etapa a etapa, chegou à elite. Um percurso pouco comum se observarmos os outros internacionais, mas que lhe construiu a personalidade e o conduziu à Seleção Nacional. As perdas de Diogo Jota e de André Silva serão irreparáveis. Acompanhei de perto as cerimónias fúnebres com toda a Direção da FPF que fez questão de marcar presença neste momento de dor e perda irreparável. Reitero as sentidas condolências à família e amigos, com a certeza de que o Diogo e o André estarão sempre connosco, e que o seu legado será para sempre honrado, por todos, e em especial pela FPF.

OSZAR »