Desabafo do norueguês contra a ATP na sequência dos problemas físicos que sofreu durante o encontro perdido frente ao português na 2.ª ronda de Roland Garros
Casper Ruud ressentiu-se de uma lesão no joelho esquerdo contraída em abril no encontro com Nuno Borges, esta quarta-feira, da segunda ronda de Roland Garros, que afetou o desempenho do norueguês ao ponto de ter tido necessidade de ser assistido pela equipa médica do torneio durante o terceiro set.
Após a derrota com o português (1-3), Ruud, oitavo jogador do ranking mundial, criticou a Associação de Tenistas Profissionais (ATP). «É um sistema que precisa de ser questionado», afirmou o duas vezes finalista em Roland Garros (2022 e 2023).
«A dor no joelho começou no torneio de Monte Carlo no início de abril e acompanha-me desde o início da época de terra batida», explicou o nórdico. «Tentei livrar-me dela, tomando anti-inflamatórios e analgésicos, que ajudaram até certo ponto, mas não o suficiente», revela Rudd, que jogou quatro torneios ATP Tour desde a lesão.
Tenista português reconhece que se sentiu «esmagado» pelo norueguês no primeiro set e que beneficiou de o n.º 8 mundial «não estar a 100%» para conquistar inédita qualificação para a terceira ronda de Roland Garros
«A culpa é de um sistema que obriga os jogadores a jogarem lesionados em torneios obrigatórios, caso contrário seriam penalizados, tanto financeira como desportivamente. Pensamos que podemos perder muito economicamente, em termos de classificação e oportunidades se não comparecermos aos torneios», declara o tenista de 26 anos.
«É um sistema que precisa de ser questionado. Por um lado, não queremos aparecer lesionados quando outra pessoa poderia ter jogado no nosso lugar e, por outro, tiram 25% do nosso bónus de final de ano se não comparecermos aos torneios obrigatórios... O sistema está, essencialmente, a forçar os jogadores a participar lesionados ou doentes, o que não é muito justo», argumentou.
O norueguês não é o primeiro a questionar a organização do ténis mundial. No final de março, cerca de vinte tenistas e um sindicato profissional apresentaram uma série de ações judiciais contra várias entidades desportivas, incluindo a ATP e a WTA, acusando-as de promoverem um «sistema corrupto, ilegal e abusivo».
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