A final arrancou frenética. Havia 22 jogadores em campo motivadíssimos para esquecer uma época de demasiadas deceções e, durante muito tempo, não houve uma bola dada como perdida ou que não fosse pressionada, nem um jogador que assumisse a responsabilidade defensiva ou de sair para o ataque. Naturalmente, as equipas foram alternando o domínio do jogo. Umas vezes mais forte o Tottenham, outras o Man. United mais próximo da baliza. O que não quer dizer que o futebol fosse brilhante. Onana alternava com uma saída desencaixada de um cruzamento, mas encaixava depois um tiro quase à queima-roupa de Brennan Johnson, após erro de Maguire Do outro lado, também Vicario não acertava onde iria cair o de canto de Bruno Fernandes, mas depois Diallo atirava ao lado. A instabilidade estava lá, o golo foi parecendo iminente, mesmo sem oportunidades flagrantes. Nos encaixes e desencaixes táticos, Pape Sarr era quem criava a dúvida (no agora central Shaw ou em Dorgu, o ala), subindo no terreno sobre o canal interior direito, sempre que Casemiro estava ocupado com outros duelos. Sentiu tanta liberdade que à passagem da meia-hora apareceu junto do primeiro poste para tentar desviar um cruzamento da esquerda de Richarlison. Defensivamente, tornava a vida muito complicada a Mason Mount, sem tempo para injetar oxigénio no futebol da equipa.Até que surgiu o golo do Totenham. Estranho, como teria de ser. Richarlison a chamar Bentancur à área e este a colocar em Pape Sarr, (o médio interior direito, lembram-se?) encostado à linha do lado esquerdo. O cruzamento apanhou a diagonal de Brennan Johnson, que ganhou a frente a Shaw, mas a bola escapou-se. Ressaltou no defesa e alojou-se junto ao canto inferior direito de Onana, que voou já tarde demais. A reação veio de imediato, Bruno teve uma oportunidade para atirar à baliza, mas os Red Devils iam mesmo para o intervalo em desvantagem. Dar tudo nada mudou O golo influenciou naturalmente o segundo tempo. O estava em desvantagem e tinha de se adiantar em definitivo no terreno. Já o Tottenham podia mudar para modo transição. E esteve quase a resultar, aos 63, quando Udogie colocou Johnson na cara de Onana. A má receção estragou tudo.O United, mesmo com alguma má distribuição territorial entre Mazraoui e Diallo à direita - em quem pisa dentro ou fora na hora de estabelecer a largura do conjunto -, cresceu. Aos 69, Vicario elevou os níveis de drama em San Mamés ao chocar com o colega Romero. A bola sobrou para Hojlund, que cabeceou para as redes vazias. Só que do nada apareceu Van de Ven a tirar a bola praticamente de dentro da baliza. Um milagre a um problema causado pelos próprios Spurs.Amorim lançou Zirkzee por Hojlund e Garnacho por Mount. Bruno falhou um cabeceamento, Vicario defendeu perante Garnacho (e Shaw depois, na última jogada) e viu um pontapé de bicicleta beijar as redes laterais, e Postecoglou fechou a porta com um terceiro central, Danso, aos 79 (saiu Johnson), para Maguire, ele próprio, do outro lado, se tornar ponta de lança nos minutos finais.Nada feito, esta época não quer nada com Amorim. Mesmo diante do Tottenham, o clube que costuma falhar nestes momentos. As notas dos jogadores do Tottenham: Vicario (6), Porro (6), Romero (6), Van de ven (7) e Udogie (6); Bentancur (6), Bissouma (7) e Pape Sarr (7), Brennan Johnson (7), Solanke (6), Richarlison (6), Son (5), Danso (-), Spence (-) e Gray (-) As notas dos jogadores do Manchester United: Onana (6), Yoro (7), Maguire (5), Shaw (5), Mazraoui (6), Casemiro (6), Bruno Fernandes (6), Dorgu (5), Mount (5), Hojlund (5), Diallo (5), Garnacho (6), Zirkzee (5), Dalot (-) e Mainoo (-)