Ponta de lança traça para A BOLA o perfil de Gabri Veiga, com o qual se cruzou com sucesso no Celta de Vigo. Elogia a sua dimensão física e diz que pode assumir protagonismo no modelo de Martín Anselmi
É com entusiasmo que Gonçalo Paciência abre as portas a A BOLA para falar de Gabri Veiga. O antigo ponta de lança do FC Porto, que agora espalha a sua inspiração no Sport Recife, do Brasil, acredita que o médio com o qual se cruzou no Celta de Vigo, em 2022/2023, poderá tornar-se «num jogador referência do FC Porto». Pelas palavras de Gonçalo Paciência, percebe-se que os dragões investiram num reforço diferenciado e versátil.
é muito inteligente na forma como joga, como ataca o espaço e entra na área
«Não sei qual é a realidade dele neste momento, não sei como está em termos físicos, mas é um jogador que cria impacto, à primeira vista, com a força física que tem», situa, agrupando as características que tornam Gabri Veiga um jogador diferente e potencialmente impactante nos dragões: «A forma como ataca a profundidade e arranca eram pontos fortes dele no Celta. Recupera muitas bolas e também consegue ganhar metros com a bola nos pés. Não é um jogador que vai driblar, não é essa a sua principal apetência, mas é muito inteligente na forma como joga, como ataca o espaço e entra na área. Tem muita essa característica, entra muito bem na área.»
Médio aguarda pelo desfecho das negociações em Vigo. Cláusula pode rondar os 80 milhões de euros, dependendo do valor global do acordo financeiro e da percentagem da futura venda
Seferovic tinha apontado estas mesmas valências em conversa com o nosso jornal. Gonçalo Paciência lembra que no Celta de Vigo, Gabri Veiga fez golos e assistências, suscitando de imediato o interesse de grandes clubes. «No Celta, jogava muito à frente. E conseguiu dar-nos bastantes vitórias com a sua presença na área. É um médio box-to-box, digamos assim, que pode perfeitamente jogar noutras posições, mesmo numa ala ou até como segundo avançado. Tem essas características, dá para pô-lo onde ele quiser», assegura Paciência, que se sagrou campeão nacional pelo FC Porto em 2017/18.
Gonçalo Paciência celebra um golo pelo Celta
«Ao FC Porto, o Gabri pode trazer essa dimensão de ter mais jogo na área. É um médio possante e muito agressivo», reforça, confessando ser admirador do espanhol: «Sou suspeito, porque sempre gostei muito dele desde que apareceu no Celta. Vi várias características muito interessantes nele, mas acho que essa agressividade, também na hora de entrar na área, esse transporte de bola, tornam-no num médio muito completo. Não é um jogador, como eu disse anteriormente, com um recorte técnico por aí além, mas tem tudo para ser um jogador de referência no jogo do FC Porto pela sua dinâmica, intensidade e entrega ao jogo.»
Além disso, é taticamente evoluído. No Celta não demorou a explodir. «Sabe fazer bem o trabalho dele, sabe bem o espaço que tem de atacar e isso é uma mais-valia no jogo dele. No Celta, apareceu no início da época já a treinar-se connosco. Sabia que tinha bastante força, que era um jogador que poderia fazer a diferença. Quando aparece, se não estou em erro, faz logo um golo ao Atlético de Madrid, e depois começou a explodir com o Carlos Carvalhal e a afirmar-se. É uma pessoa bastante humilde, trabalhadora e muito profissional. Tenho um grande respeito e carinho por ele. Não temos mantido tanto contacto quando o desejado devido à diferença horária, eu aqui e ele na Arábia Saudita», aponta. Mas vai estar atento quando Gabri chegar à Invicta.
O antigo avançado dos encarnados, que jogou com o espanhol no Celta de Vigo na época 2022/23, teceu rasgados elogios ao jogador, em conversa com A BOLA. O alvo portista destaca-se pela sua incrível capacidade de criar desequilíbrios em campo e facilidade com que marca golos
Se, como tudo indica, a ideia do FC Porto for a de ter um ‘novo’ Nico González, Gonçalo Paciência acredita que a parceria com Alan Varela será frutuosa: «É perfeitamente compatível com o Alan Varela. O Alan é um médio de maior contenção e o Gabri, além de recuperar muitas bolas, é um jogador que ajuda na fase defensiva, que sai bem e é agressivo. Ele, connosco, jogou em posições mais adiantadas. Até chegou a fazer de falso 9, por exemplo. Diria que as melhores posições serão a de número 8, com muita força para chegar à área, ou a médio ofensivo.»